Panorama da sustentabilidade de empreendimentos no Brasil
A crescente demanda por novos empreendimentos e as diretrizes de construção verde têm colocado o país em evidência mundial neste mercado. Hoje são cerca de 60 empreendimentos certificados LEED - Leadership in Energy and Environmental Design, a mais reconhecida, entre escritórios, centros de distribuição, fábricas, centros empresariais, varejo, além de 500 registros de processo de certificação. Sem contar os empreendimentos certificados (ou em processo) pelos sistemas AQUA, BREEAM, DGNB e do Programa Nacional de Eficiência Energética em Edificações, o PROCEL EDIFICA.
Porém analisando os números, referentes ao 1º semestre deste ano, divulgados recentemente pela ITC - Inteligência Empresarial da Construção, fica evidente que o crescimento de prédios verdes não acompanha todo o potencial do segmento da construção civil nacional. No segmento residencial, são 3729 obras em andamento; no comercial, 2341 e no industrial, 1460, que contabilizam 83.877.422 m2 em construção e somam por volta de US$ 27,6 bilhões em investimentos.
Muito há para ser feito quando falamos em sustentabilidade de empreendimentos, inclusive no que diz respeito às empresas, desde a gestão do próprio negócio, aos canteiros de obras e até no desenvolvimento e na fabricação de produtos sustentáveis.
Outra mostra deste potencial é o Prêmio ITC SustentaX de Sustentabilidade que reconhece as construtoras mais sustentáveis do país, de forma a avaliar não apenas os projetos e obras, mas também as práticas de gestão sustentável do negócio. Realizado há dois anos, distinguiu quatro construtoras que comprovaram suas iniciativas. Em 2010, foram a MPD, a Rio Verde e a Racional e em 2011, a MPD e a MBigucci.
Sabemos que faltam mais incentivos para a incorporação da sustentabilidade e que é comum o uso de algumas ações apenas como apelo de marketing. Outro aspecto é que, em períodos de franco crescimento ou de crise, o investimento no assunto é praticamente inviável, seja pela demanda favorável ou pelo risco.
Assim, para colaborar com o crescimento de toda a cadeia, os empresários devem estar atentos para:
- Dizer-se sustentável é diferente de ser auditado e certificado por instituições de reconhecimento internacional
- Os benefícios de economia em energia e água chegam a 30%
- Há redução de custos operacionais e de manutenção
- Rápido retorno do investimento em tecnologias
- Os projetos sustentáveis privilegiam o aumento do conforto, do bem estar e da satisfação dos ocupantes
- No caso de escritórios a produtividade aumenta em até 16%
- Em hospitais, a recuperação dos pacientes é mais rápida. Em escolas, o aproveitamento dos alunos é melhor.
- Sem uma correta comunicação da sustentabilidade, não se percebe a diferença, muitas vezes.
Assim, todo o setor, inclusive governo, deve repensar investimentos e incentivos para as construções sustentáveis, pelo potencial existente e pelos benefícios proporcionados.
A SustentaX- Engenharia de Sustentabilidade foi pioneira no mercado de prédios sustentáveis na América do Sul, em 2007, na certificação LEED da agência do então Banco Real na Granja Viana (Cotia/SP). Em 2008, o complexo Rochaverá recebeu o Prêmio Prix d'Excellance pela FIABCI internacional como o projeto comercial mais sustentável do mundo.
Atualmente, são 17 empreendimentos certificados com projeto de sustentabilidade desenvolvido pela SustentaX:
Estúdios I, J e o almoxarifado Rede Record/RJ (Complexo RECNOV)
Universidade do Hamburguer – McDonald, em Alphaville/SP
Fabricada Leão Júnior/SABB Coca-Cola/PR
Lojas Pão de Açúcar de Indaituba/SP e Vila Clementino/SP
Editora Abril/SP
Condomínio CYK/SP
Escritório Braskem/SP
Escritório Unilever/SP
Escritório GBC Brasil em Alphaville/SP
Escritório Banco Votorantim/SP
Parque Logístico Imigrantes/SP
Centro de Distribuição Bomi, em Itapevi/SP
Torres A, B e D do Complexo Rochaverá em São Paulo/SP
Agência Banco Real, Cotia/SP
* Paola Figueiredo é Vice-Presidente Executiva do Grupo SustentaX. Geógrafa, fez MBA em direito empresarial, pós-graduação em Engenharia de Produção, especialização em arquitetura bioclimática e vários cursos de eficiência energética. É profissional LEED AP (BD+C; AP O+M e ID+C).
Artigo veiculado em: 04/10/2012
